quinta-feira, 27 de maio de 2010

Distância

A saudade diz espera,
não desespera!
Ele volta!
A revolta
não irá parar,
aquela do teu amar.
A que sempre disseste NÃO!
Não chega,
já chega?

O amor, a entrega e a espera.
Sad face
is faced
towards digrace.
Fate
is no longer our friend,
'cause today.
We had to run for our life.

S

You're late,
my soul is now much too hurt,
my heart shaped like an 8.
There is no longer another half.
Hey! Mate!
Your soul came too late.
Mine is already dead,
ready to escape.

(Des)Uso

Ela entrou,
ele olhou,
gostou.
Levou-a para casa,
amou e usou.
Tal como um bibelot,
pousou, não mais olhou.
Cansou?

Talvez agora te apercebas
que será bom sentir,
ser mais que um objecto,
rir,
não ter medo de agir.

Ateu

Talvez seja só mais um dia
a sinfonia não nasceu nem resultou,
talvez seja só mais um dia,
a monotonia já morreu mas resultou.

Corpo meu,
corpo teu,
és ateu?
Eu acredito em ti,
no dia em que te vi
nesse dia a sinfonia resultou,
a monotonia não nasceu nem resultou.

Mãos,
lábios,
carícias,
delícias de uma vida humana sem sabedoria,
nem conhecimento que um dia se despediria,
de mim
de ti
de vós,
talvez estejamos sós
não acredito que estejamos sós
onde os nossos avós nasceram e morreram.
Na terra dos nossos avós.

Uma religião dedicada a vós
não a nós
ao que nos querem sacrificar
sou ateu
e Deus não morreu.

Vou voltar,
não vou voltar,
ao corpo teu,
não!
Ao corpo meu
Vou voltar?
Quero voltar?
Sonho ateu?
Não, sonho que não morreu.

sonho?

O mar sou eu,
o céu? morreu.
És um sonho que não nasceu
sonho meu,
voa, mas não voltes
para um lugar que nunca foi teu.

Não ficar ou não voltar.
Não ficar e não voltar
Nunca um dia chegar
a ser
o que não nasceu
mas morreu.

Anoiteceu,
a dor está a chegar,
o mar está-se a aproximar,
vai engolir o meu lar.
Sonho meu,
sonho teu,
morte minha,
vida tua,
corpo que resplandeceu
perante um povo ateu
de graça
de conhecimento,
salva-me Teseu,
voa até mim
como quem não morreu.
Sonho teu.

Lar

And I'm on the street
Running for my life
Driving fast your car?
Já não posso voltar.

I wish I was back on the street
Onde nos julgam incessantemente,
pela nossa mente.

Não quero mais voltar
para o teu lar,
o teu amor não preenche
o meu olhar.

Volta para onde vieste
Num círculo de gestos,
só eu compreendo
a sua existência
e mal-dicência.
Não tentes remediar o que não fizeste
Volta para onde vieste,
não voltes de onde vieste.

Tentei voltar
já não há volta a dar
já não há plano para ficar.

O lar sou eu,
não te deixo voltar.

Blood

Life is passing through my veins.
oh, yes it is!
Blood is passing through my brains.
oh, yes it is!

Life's murdering the inside
turning back to the outside
when it feels it has time.

Death is running through my veins
Death is running through my brains
And I can not
I can not resist its calling
Blood is shedding through my eyes
Blood is dripping from your lies
And no I can not disguise
no I can not disguise
You're the pain on my inside
My life is running alongside your lies
And I can not resist your calling
The one that's making me cry inside.
Oh no, don't judge me
Oh no, let me be free
Don't judge me.
I'm here you just can't see it
How will you look at me?
The pain is near,
the house is near,
Your soul is dear,
And it should not be
I know no fear.
Oh let me be free!
All my life has been within your lies,
And no I can not disguise,
The hardships don't stop coming,
all my hopes won't stop fading.

And no I can not be free
Oh let me be free!
Don't murder me, this is all I can be.

Asas

Quando voares não me leves contigo,
nunca conseguiria olhar-te
ingénuo e bonito
desfrutando a liberdade que te ofereci.

Amparar a tua queda
não seria tarefa àrdua
se a queda não fosse causada pela minha mágoa.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

France

Liberté, fraternité et egalité disse ela, despindo as suas meias de vidro rendadas que a ajudaram nas suas erradas seduçõesacabando sempre em traições sussurradas por aqueles lábios franceses perfeitos enquanto se deitava na sua cama de paixões.

Nunca?

Nunca te odiaste cada vez que passavas numa poça pura, límpida e reflectindo apenas lama quando a olhavas?

Off,

On, she said, there's enough darkness in this town, where only the blue birds fly and the sky is so very high that I can't even fit in my eye a stronger meaning to say goodbye. There's not enough darkness in my swallow-soul, now that the Silent Edges are noisy and I am no longer behind the Mask; what can my body now grasp?
A Crow ate the swallow but he only became more hollow.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Latitude

Os dias tornam-se mais longos,
penso eu.
Transformaram esta vida nu museu.

Em nada se toca ou sente
mas tudo se sabe,
mas tudo se vê,
mentalmente.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Ignora toda a sé
os gritos
da ralé.
Ignora quem passa
encolhido,
em sua desgraça
da raça
que a graça
da vida
lhe concedeu.

A fé cedeu?
-Não, matou.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Sítio

Tal como um poeta
infinitamente esquecido,
infinitamente morrido.

Aqui voltamos e
aqui chegaremos e
daqui sairemos
e aqui iremos ficar.

Tal como rima sem par
que perde
o seu lugar.

Vida

Pobre e leve poema,
escuta a minha canção!
Leva-te a um mundo fantástico,
à tua incrível imaginação.
Longe a rotina e a razão.

Melancia

Era feliz cuspindo caroços,
sentada na varanda a ler.
Habito uma cidade agora,
inexistente vento feliz,
contínuo vandaval triste.

Cri

Doce mais doce que retina
de tão doce,
reluz na luz,
dos olhos das crianças.
Pega-se que se pega
às suas mãos,
nunca lhe dizem que não.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

V

Pequena eu,
escrevendo versos
que ninguém iria ler
senão Romeu e Julieta
nesta minha geração
moderno-obsoleta
que não lê nem escreve
excepto vendeta.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Mondego

Nobre rio que passas por tão bela cidade
nem a invicta te ultrapassa,
corres e levas mundos,
histórias e pessoas.
Tantas pessoas!
Foges, corres para o mar,
não tens que lá chegar depressa ou devagar
mas amas tu tanto o mar.
As suas àguas salgadas!
A sua irreverência.
Oh, amas tanto o mar e a sua consciência.